Estudo inglês há, aproximadamente, 19 anos. Comecei a estudar sozinha quando era adolescente e me apaixonei pela língua. Lembro de passar várias noites traduzindo letras de músicas em sites, com a intenção de adquirir mais vocabulário e entender o uso de certas estruturas. Quando me formei no ensino médio, já sabia que queria seguir uma carreira que trabalhasse com inglês e escolhi ser professora. Passei por muuuitas escolas, umas mais acolhedoras, outras nem tanto, mas sempre me aprimorando e estudando o idioma.
No segundo semestre de 2022, entrei em uma nova escola para ser responsável pelo currículo de Língua Inglesa! E nessa escola surgiu a oportunidade dessa viagem à Harvard para aprimoramento profissional, uma vez que foi na Graduate School of
Education, ou seja, um curso todinho voltado para professores. Eu falo dessa viagem
como um sonho que eu nem sabia que tinha, pois me parecia algo tão distante da minha realidade tanto cognitiva quanto financeira (principalmente financeira). Depois de uma longa espera de 5 horas de atraso no aeroporto de Miami, onde fiz escala, consegui chegar a Boston, finalmente. Algo que notei de muito diferente no aeroporto de lá é que passando das 21h00, tudo fecha!! Não encontrei nenhum lugar nem para comer. Bem diferente dos grandes aeroportos do Brasil.
Cheguei no hotel no domingo de madrugada. Tirei uma sonequinha e fui explorar a cidade. Conheci o centro histórico de Boston. Quer lugar lindo!! Almocei no Quincy Market, local que eu só conhecia dos livros didáticos. Estava bem cheio o local e havia comida de vários lugares do mundo e, claro, muitos brasileiros. Conversei com alguns que estavam lá há pouco tempo, me disseram que resolveram ir para lá para levantar um dinheirinho e aprimorar o inglês.
Conheci Faneuil Hall Marketplace, lugar cheio de lojinhas e muita história americana de grandes batalhas como a Batalha de Bunker Hill, Boston Tea Party entre outras que fazem parte da conquista da independência dos EUA da Inglaterra. Boston tem um estilo inglês muito charmoso, apesar de tudo, a Nova Inglaterra!
Durante a semana inteira, de segunda a sexta, fiz o super curso na Harvard University. Eu era uma das poucas estrangeiras que tinham no meu grupo de estudos. Comigo éramos em três: uma professora da China, outra do Líbano e eu do Brasil. Os demais participantes eram Norte Americanos e, por incrível que pareça, diferente da minha experiência prévia no país, fui muito bem acolhida! A língua não se fez um obstáculo em nenhum momento, quando eu tinha alguma dúvida de vocabulário, todos me ajudavam. Eu aprendi como se diz papel alumínio na pronúncia Norte Americana, algo que não sabia, mas que não vou mais me esquecer: Aluminum Foil (com ênfase no
“LU”).
Todos os dias eu tomava café da manhã no hotel, bem diferente do que eu estava acostumada. Muito suco de laranja, ovos mexidos com queijo, batata frita e French
toast, que sinto vontade de comer todos os dias aqui!! Na universidade, serviam um
café da manhã continental. Não havia achocolatado, que sou viciada, mas em compensação tinha um brownie de chocolate delicioso!!! Para almoçar, descobri um lugarzinho chamado Whole Fresh que servia comida de verdade! Arroz branco, frango
assado e macarrão com queijo foram os meus queridos durante a semana. Claro que comi bastante hamburguer com milk shake!!!
Houve um evento memorável do lançamento de um livro que a universidade escolheu alguns participantes e, felizmente, eu estava entre eles. O evento aconteceu no Museum of Sciences, um lugar lindo em frente ao Charles River. Me senti dentro de um filme!! Serviram um jantar maravilhoso e muitas sobremesas que ficavam espalhadas pelo museu, que estava fechado só pra gente. Foi demais!
Claro que não poderia deixar de comprar algumas coisinhas! Conheci os outlets do Assembly Row e visitei vários mercados Target, além da Best Buy, onde realmente compensa comprar eletrônicos. Conheci alguns brasileiros por esses locais também, inclusive um senhor, dono de uma adega, que me contou que estava em Boston há mais de 30 anos. Segundo ele, Boston é um dos lugares mais caros para se viver por causa da quantidade de universidades caras e renomadas que existem por lá. A educação superior nos EUA é paga e eles têm critérios rigorosos para o ingresso, não existe uma prova única como o vestibular no Brasil. Além disso, as universidades que compõe a famosa Ivy League são as mais concorridas.
E para fechar, tenho que falar sobre o ponto mais alto de toda a viagem, que foi estudar em Harvard!! Realmente, um lugar fabuloso pra quem gosta de conhecimento e boas trocas de experiências. Aprendi bastante sobre rotinas de pensamento e a importância da criação de uma cultura do pensamento nas escolas. O quanto somos responsáveis pelo desenvolvimento da autonomia em nossos alunos, no caso de meus colegas professores. Acima de tudo, o respeito ao tempo e opinião do outro foram tópicos muito valorizados, assim como a problematização das relações de poder que existem na educação ou em qualquer outra instituição. Também estudamos sobre a importância do planejamento e momentos de reflexão individual antes de trocar com o grupo. Tive muitos momentos hands on, nos quais eu mesma construí minhas conexões, após interações valiosas e significativas. Com certeza, uma experiência espetacular que vou levar comigo por toda a minha vida!
por Marcela Siqueira
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